Eu tenho uma casa amarela com pintinhas pretas cujo tamanho varia entre o tamanho de uma bola de gude e o de uma bola de demolição.
Por isso, comprei um papagaio amarelo com bolinhas pretas. Porque eu sou brega e quero combinar o meu papagaio com a minha casinha cafona.
Não gosto de falar muito sobre mim e, por isso, quando alguém me visita, eu ponho o cidadão para falar com o papagaio, que repete os sons que ele ouve na casa.
A maioria das pessoas se dá por satisfeita.
Um dia, entretanto, fui visitado pelo chacal do vizinho. Coloquei-o para falar com o papagaio, como era habitual. Ele me olhou feio e perguntou o porquê de eu não conversar diretamente com ele.
Eu respondi: “Ora, então desvie do papagaio e venha até a mesa conversar comigo.”
Todavia o chacal foi incapaz de desviar do papagaio. Ficava só reclamando que a ave o atrapalhava, que não conseguia seguir em frente porque ela bloqueava o caminho.
Pensei com os meus botões: “Se um chacal, com dentes afiados, não segue o seu caminho porque está sendo impedido por um simples papagaio inútil então este chacal é mais burro e mais inútil que o meu papagaio feio.”
Diante da verdade, tomei um tijolo nas mãos e o atirei na cabeça do quadrúpede horroroso arrancando um gemido final de dor.
Ele morreu com língua reclamona e cérebro inútil à mostra.
Moral: De que vale reclamar e não matar a porcaria do papagaio?
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