quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mídia esconde protestos em Wall Street

Do Blog do Miro:



Por Altamiro Borges

Desde 17 de setembro, milhares de pessoas estão acampadas numa praça próxima a Wall Street, o principal centro financeiro do mundo capitalista, em Nova York. Elas protestam contra o “1% de ricaços dos EUA que exploram 99% da sociedade” e que são culpados pela grave crise econômica que abala o país desde 2008, gerando desemprego, despejos e miséria.


O movimento batizado de Occupy Wall Street foi convocado pelas redes sociais e teve como referência as revoltas na Espanha e no mundo árabe. Ele exige que o governo de Barack Obama, tão covarde diante das elites, adote medidas mais duras de combate à especulação financeira, eleve os impostos da minoria abastada e invista em políticas de geração de emprego e renda.

O significado da ocupação

Diariamente, ocorrem assembléias, debates e atividades culturais. Artistas famosos, como o diretor de cinema Michael Moore e a atriz Susan Sarandon, já estiveram no local prestando solidariedade aos manifestantes. Várias lideranças políticas, religiosas e dos movimentos sociais também se revezam no local para dar apoio ao protesto, formado principalmente por jovens. Intelectuais de renome, Noam Chomsky e Amy Goodman, produziram artigos sobre o significado deste inédito movimento.

“Wall Street e as instituições financeiras iniciaram o ciclo vicioso que levou a imensa concentração de riqueza e, com ela, também do poder político, em um pequeníssimo setor da população, uma fração de 1%. Ao mesmo tempo, o restante da população foi transformado no que às vezes é chamado de ‘precariado’ - lutando para sobreviver numa existência precária. Wall Street e as instituições financeiras também praticam com impunidade quase completa suas atividades nefastas: não só são ‘grandes demais para quebrar’; também são ‘grandes demais para ir pra cadeia’. Os corajosos e honrados protestos em curso em Wall Street devem chamar a atenção pública para essa calamidade”, escreveu Noam Chomsky.

“Não queremos distúrbios”

Apesar do significado do protesto, o prefeito de Nova York, o “republicano” Michael Bloomberg, oitavo homem mais rico dos EUA (fortuna calculada em US$ 20 bilhões), esbanja truculência. “Não queremos esse tipo de distúrbio aqui”, disse na semana passada. No sábado (24), acatando as suas ordens, a polícia investiu com violência contra os acampados, prendendo mais de 80 jovens e ferindo várias pessoas.

Além da energia dos manifestantes e da truculência da polícia, chama atenção a atitude pusilânime da mídia. Como denuncia Amy Goodman, a maior parte da imprensa estadunidense simplesmente omite o protesto. “Se 2 mil ativistas do grupo conservador Tea Party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas cobrindo o acontecimento”.

A seletividade da imprensa colonizada

No Brasil, a mídia colonizada segue o mesmo padrão “jornalístico”. Não fala nada sobre a ocupação de Wall Street. Até agora, os jornalões publicaram apenas pequenas notinhas; já as emissoras de televisão nem tocaram no assunto. Se fosse um protesto em Caracas contra Hugo Chávez ou em Havana contra Raul Castro, a mídia burguesa faria o maior escarcéu. Seria manchete todos os dias.

A seletividade da mídia é algo realmente impressionante: omite o que não interessa a ela e realça o que serve aos seus interesses políticos e econômicos, à sua visão de classe. E ainda tem gente que acredita na imparcialidade e na neutralidade da chamada "grande imprensa".

Telesur: protestos em Wall Street

Do Blog do Miro:

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O golpe de Estado no Chile

Do site da Fundação Lauro Campos, através do Blog do Miro:

O 11 de setembro no Chile e nos EUA

Do Blog do Miro:

A matemática macabra do 11 de setembro

Do RS URGENTE, do Marco Aurélio Weissheimer, através do Blog do Miro:



O mundo se tornou um lugar mais seguro, dez anos depois dos atentados de 11 de setembro e da “guerra ao terror” promovida pelos Estados Unidos para se vingar do ataque? A resposta de Washington ao ataque contra o World Trade Center e o Pentágono engendrou duas novas guerras – no Iraque e no Afeganistão – e uma contabilidade macabra. Para vingar as mais de 2.900 vítimas do ataque, mais de 900 mil pessoas já teriam perdido suas vidas até hoje. Os números são do site Unknown News, que fornece uma estatística detalhada do número de mortos nas guerras nos dois países, distinguindo vítimas civis de militares. A organização Iraq Body Count, que usa uma metodologia diferente, tem uma estatística mais conservadora em relação ao Iraque: 111.937 civis mortos somente no Iraque.

Seja como for, a matemática da vingança é assustadora: para cada vítima do 11 de setembro, algumas dezenas (na estatística mais conservadora) ou centenas de pessoas perderam suas vidas. Em qualquer um dos casos, a reação aos atentados supera de longe a prática adotada pelo exército nazista nos territórios ocupados durante a Segunda Guerra Mundial: executar dez civis para cada soldado alemão morto. Na madrugada do dia 2 de maio, quando anunciou oficialmente que Osama Bin Laden tinha sido morto, no Paquistão, por um comando especial dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama afirmou que a justiça tinha sido feita. O conceito de justiça aplicado aqui torna a Lei do Talião um instrumento conservadora. As palavras do presidente Obama foram as seguintes:

“Foi feita justiça. Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças.”

O conceito de justiça usado por Obama autoriza, portanto, a que iraquianos e afegãos lancem ataques contra os responsáveis pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças. E provoquem outras milhares de mortes. E assim por diante até que não haja mais ninguém para ser morto. A superação da Lei do Talião, cabe lembrar, foi considerada um avanço civilizatório justamente por colocar um fim neste ciclo perpétuo de morte e vingança. A ideia é que a justiça tem que ser um pouco mais do que isso.



Mas a história dos dez anos do 11 de setembro não se resumem a mortes, dores e sofrimentos. Há a história dos lucros também. Gordos lucros. Uma ótima crônica dessa história é o documentário “Iraque à venda. Os lucros da guerra”, de Robert Greenwald (2006), que mostra como a invasão do Iraque deu lugar à guerra mais privatizada da história: serviços de alimentação, escritório, lavanderia, transporte, segurança privada, engenharia, construção, logística, treinamento policial, vigilância aérea…a lista é longa. O segundo maior contingente de soldados, após as tropas do exército dos EUA, foi formado por 20 mil militares privados. Greenwald baseia-se nas investigações realizadas pelo deputado Henry Waxman que dirigiu uma Comissão de Investigação sobre o gasto público no Iraque.

Parte dessa história é bem conhecida. A Halliburton, ligada ao então vice-presidente Dick Cheney, recebeu cerca de US$ 13,6 bilhões para “trabalhos de reconstrução e apoio às tropas. A Parsons ganhou US$ 5,3 bilhões em sérvios de engenharia e construção. A Dyn Corp. faturou US$ 1,9 bilhões com o treinamento de policias. A Blackwater abocanhou US$ 21 milhões, somente com o serviço de segurança privada do então “pró-Cônsul” dos EUA no Iraque, Paul Bremer. Essa lista também é extensa e os números reais envolvidos nestes negócios até hoje não são bem conhecidos. A indústria da “reconstrução” do Iraque foi alimentada com muito sangue, de várias nacionalidades. Os soldados norte-americanos entraram com sua quota. Até 1° de setembro deste ano, o número de vítimas fatais entre os militares dos EUA é quase o dobro do de vítimas do 11 de setembro: 4.474. Somando os soldados mortos no Afeganistão, esse número chega a 6.200.

sábado, 10 de setembro de 2011

O centenário de um guerrilheiro

Do Escrevinhador na seção Vídeos



Em agosto, o líder vietnamita Giap completou cem anos. Giap foi decisivo na luta de independência do Vietnã, contra os franceses, e na guerra contra os EUA. O documentário do cineasta Sílvio Tendler mostra a trajetória de Giap, narrada por ele mesmo, em entrevista realizada em 2003.